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Economia dá voltas e juros caem: o que ganha e perde o imobiliário

O ciclo económico na Europa está a mudar. A inflação está a desacelerar a bom ritmo e os salários a aumentar, mas a economia está fraca, a precisar de estímulo e músculo. Todos estes fatores estão por detrás das mais recentes descidas dos juros do Banco Central Europeu (BCE), e continuam a fazer pressão para que haja um novo corte das taxas na reunião da próxima quinta-feira, dia 17 de outubro. Este alívio da política monetária já está, aliás, a ter impacto direto nos bolsos das famílias em Portugal, aumentando o poder de compra e a capacidade de poupança, bem como reduzindo o custo nos créditos habitação. E também tem efeitos no investimento imobiliário. 

As descidas das taxas de juro diretoras do BCE – as já realizadas e as que se aguardam num futuro próximo – , além dos efeitos macroeconómicos e no sistema financeiro, mexem sempre com a carteira das famílias, empresas e investidores. “As taxas de juro mais baixas tendem a ter um impacto positivo no mercado imobiliário”.
Este “impacto positivo” na habitação e imobiliário acaba por ser bem visível por duas vias: por um lado, há maior procura de casa por famílias devido ao crédito habitação mais barato, e por outro, a criação de oferta habitacional pode sair favorecida, porque o financiamento bancário fica mais acessível aos investidores e promotores imobiliários.

As recentes descidas dos juros do BCE já estão a ser refletidas nos novos créditos habitação em Portugal. Isto porque a Euribor já está a descer há vários meses e os bancos têm oferecido empréstimos a taxas mistas mais acessíveis, que representam atualmente a maioria dos empréstimos para compra de casa própria. 
Tanto assim é que a taxa de juro média nos novos créditos habitação fixou-se em 3,43% no mês de agosto, o nível mais baixo desde o início de 2023, segundo os dados mais recentes do BdP.